IN CLERIGUS

Corria o ano de 1707, quando, da união de três associações religiosas portuenses, nasce a Irmandade dos Clérigos, aprovada por Breve Apostólico do Papa Clemente XI, datado de 1710. No âmago desta Irmandade encontra-se a dedicação ao culto e à devoção de Deus e de sua Mãe, tendo com essa finalidade sido erigida uma nova Igreja, a qual hoje conhecemos como Igreja dos Clérigos. No decurso dos séculos, a Irmandade dos Clérigos foi consagrando entre as suas paredes um «tesouro» que sempre teve um único fim - servir a Deus. A Igreja, a Sacristia, a Torre e o edifício administrativo da Irmandade foram sendo, paulatinamente, enriquecidos quer com alfaias litúrgicas essenciais ao culto, quer com retábulos, cadeirais, imagens de Cristo, de sua Mãe e de vários Santos, em diversos materiais, concebidos ao sabor da devoção dos homens e das oferendas que este foram fazendo.

Este espaço, chamado CLERIGUS, nome do último livro editado, é o repositório desse sagrado «tesouro», acumulado ao longo de séculos de existência da Irmandade dos Clérigos e que vamos desvendando.

Adoração do Sacramento da Eucaristia

Autor: António José Vieira

Cronologia: 1812

Matéria: Óleo sobre tela

Dimensões (cm): alt. 363; larg. 297

 

Pintura de grandes dimensões situada no altar lateral, do lado do Evangelho, por trás do sacrário, acompanhando e ocupando totalmente a superfície côncava do fundo do retábulo.

Representa a Adoração do Sacramento da Eucaristia pelos Anjos. Assim, em primeiro plano situam-se quatro Anjos Adoradores ajoelhados e em atitude de veneração, voltados para o espaço central onde se posiciona o sacrário destinado a colocar a Reserva Eucarística.

Estes quatro Anjos, apoiados sobre nuvens, estão pintados com sentido realista e mais pormenores sendo representados de cabeça inclinada, de mãos postas ou com os braços cruzados sobre o peito, mostrando a profunda atitude de adoração para com a Sagrada Eucaristia e convidando todos os fiéis a seguirem o seu exemplo.

No registo superior, o céu abre-se entre as nuvens, sinal da presença de Deus, revelando o espaço do divino, com o fundo dourado, no qual pairam diversos outros pequenos anjos, em forma de crianças aladas, que se voltam também para o local onde se encontra o sacrário, participando, assim, no ato de adoração e reforçando a dignidade, solenidade e a importância do momento de Adoração a que convidam os fiéis diante da presença do Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

 

ADORAÇÃO DO SACRAMENTO DA EUCARISTIA

 

Relógio de caixa alta

Local de produção: Inglaterra (?)

Autor: Desconhecido

Cronologia: Ca 1730-1760

Materiais e técnica: Madeira policromada e torneada, metal e vidro

Designação: Espaldar e base do relógio

Local de produção: Portugal

Autor: Manuel de Oliveira Pedroso (espaldar e base); José Pinto Araújo (policromia)

Este relógio de caixa alta parece tratar-se de um dos muitos relógios de fabrico inglês exportados para Portugal, designadamente para o Porto. De facto, tanto a estrutura da caixa, como a chinoiserie que a reveste, correspondem à produção inglesa de meados de Setecentos. De acordo com Agostinho Rebelo da Costa, entre junho de 1782 e dezembro de 1784 entraram na barra do Porto 47 relógios de parede, isto é, de caixa alta (COSTA, 2001: 167). Daí os muitos exemplares conhecidos, como os que pertenceram aos conventos de Santa Clara e de São Bento da Ave-Maria do Porto que se conservam no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA, Inv. 8 Rel e 7 Rel).

Documentado pela primeira vez em 1770, neste ano foi executada uma base alta, moldurada, e um espaldar recortado que conferem ao relógio uma escala mais de acordo com o aposento a que se destinava: a Sacristia da Igreja dos Clérigos.

A 21 de julho desse ano registou-se o pagamento de trabalhos de carpintaria para «compor o relógio», provavelmente a execução do espaldar e da base, tanto mais que a empreitada liderada pelo carpinteiro Manuel de Oliveira Pedroso durou cerca de um mês; e a 21 de agosto do mesmo ano foi feito o pagamento ao pintor José Pinto Araújo de 4$700 réis pela pintura da caixa do relógio , certamente a singela pintura acharoada que reveste os novos elementos de carpintaria, cujo fundo escuro e motivos ornamentais a ouro combinam com a pintura da caixa, conferindo uma ilusória unidade e grandiosidade ao conjunto.

A documentação da Irmandade regista constantes arranjos e consertos nele realizados, designadamente as reparações feitas em 1827 pelo relojoeiro Joaquim de Oliveira Ramos, da rua de Santo António, que, ao que tudo indica, colocou um novo mostrador, ou os reparos no «capacete», ou seja, no remate em cúpula do relógio.

Relógio dos Clérigos

Órgãos de Tubos Ibéricos

A simetria visual dos órgãos dos Clérigos denota uma provável influência nasoniana, posto nas igrejas em que Nicolau Nasoni interveio, órgãos duplos de mesmo aspeto exterior foram erigidos consoante os cânones romanos, com as caixas encastradas nas ilhargas da capela-mor e não como elementos salientes apoiados sobre coretos acoplados ao coro-alto ou diretamente sobre a tribuna do mesmo, segundo tradição ibérica em voga em Portugal (BRESCIA, 2013).

O «Termo por onde a Mesa mandou fazer os órgãos da Capela-Mor» da Igreja dos Clérigos (13/08/1773), lavrado pouco antes da morte de Nasoni (30/08/1773), preconiza que:

«Se devia mandar fazer o do Órgão [da Epístola], abrindo para isso um arco proporcionado na parede da Capela-mor, onde se havia de assentar o órgão, e outro arco em correspondência para o futuro» (COUTINHO, 1965: 416).

O exame realizado no instrumento da Epístola (18/08/1779) foi bastante desfavorável, determinando que era preciso reconstruir os foles, corrigir falhas na distribuição do vento nos someiros, reparar as couçoeiras para tornar a resposta das vozes mais imediata, corrigir defeitos na abreviação e no funcionamento dos registos, recompor a canaria mal soldada, refazer os tubos que não cantavam satisfatoriamente, regular os teclados para tornar as vozes mais prontas. Um dos mestres examinadores, Simão Fernandes Coutinho, chegou a recomendar a total reconstrução do instrumento (COUTINHO, 1965: 427-428).

O órgão do Evangelho permaneceu mudo vários anos, não obstante o «Termo de como se sagrou a nossa Igreja» (12/12/1779) referir «a melodia dos órgãos que testemunhavam a justificada alegria da Irmandade». O Presidente da Mesa à época do contrato com Sebastiam Ciais Ferraz de Acunha, José Barbosa de Albuquerque, prestou esclarecimentos à Mesa da Irmandade (02/07/1783), clarificando que «ajustando-se 4 [teclados] para os dois órgãos, só se acham 2, no que toca» (COUTINHO, 1965: 434), o que não deixa dúvidas acerca da inoperacionalidade do instrumento do Evangelho à época. O organeiro havia ainda realizado acrescentos no órgão da Epístola que não figuravam no compromisso de 1774, pelo que pedia mais dinheiro à Irmandade. Anos mais tarde, recebeu o que solicitava dos acrescentos realizados (20/06/1787), incluindo o preço dos teclados do órgão do Evangelho, de onde infiro claramente a sua conclusão.

No século XIX, os órgãos dos Clérigos foram profundamente reformulados por António José dos Santos.

Esta intervenção manteve a primazia do órgão da Epístola sobre o do Evangelho, redefinindo consideravelmente os planos sonoros de ambos os órgãos, com evidente reaproveitamento da canaria existente. Santos ampliou os teclados – de 51 teclas (C-d’’’) para 54 (C-f’’’) – e suprimiu os realejos, assumindo desde então os respetivos tubos nos varandins, função meramente decorativa, com a consequente eliminação de um teclado manual de cada instrumento e a reconstrução de todos os someiros, agora dotados de secções particulares destinadas aos Cheios e às Palhetas, cada qual provida dos respetivos pedais anuladores.

O conjunto histórico de órgãos duplos Sebastiam Ciais Ferraz de Acunha / António José dos Santos dos Clérigos do Porto (1779/1864) sintetiza um período de transformações cruciais na organaria no país: da tradição ibérica, aberta a influências italianas, à plena afirmação de uma arte organeira iniludivelmente portuguesa.

Anunciação do Senhor

Celebra-se a 25 de março a solenidade da Anunciação do Senhor.

Partilhamos a pintura “Anunciação do Senhor”, obra respeitante aos mistérios da vida da Virgem Maria. O anúncio da encarnação do Filho de Deus, representado nesta pintura, tem como fonte o Evangelho segundo São Lucas (Lc 1, 26-38) e decorre no ambiente intimista dos aposentos da Virgem Maria. No momento da saudação do anjo, a jovem, sentada numa cadeira coberta por tecido azul, aparenta estar ocupada na leitura (ou escrita) de um livro que ostenta no regaço, estando um tinteiro, com o respetivo cálamo, sobre a mesa coberta com uma toalha e situada diante da Virgem. A jovem de Nazaré, vestindo uma simples túnica branca, ergue a cabeça para o anjo e com o braço direito estendido denuncia o momento do diálogo com o anjo em que pergunta: «Como será isso se eu não conheço homem?» (Lc 1, 34). Diante da Virgem Maria, pairando envolto em nuvens, como sinal da presença do transcendente e do divino, encontra-se o Arcanjo São Gabriel, o mensageiro encarregado por Deus para levar à Virgem Maria a boa nova da conceção do Filho de Deus no seu seio. Com as asas abertas em sinal de voo ainda em curso, o anjo ostenta uma túnica rosada (durante séculos considerada uma cor «masculina») e um manto azul. Na mão esquerda segura um ramo de açucenas, alusivas à pureza e virgindade de Maria, enquanto a mão direita, erguida ao alto, sustenta uma extensa filactéria que se desenrola em direção da jovem anunciada, e na qual se expõe a inscrição em latim: «SPIRITUS SANCTUS SUPERVENIET IN TE ET VIRTUS ALTISSIMI OBUMBRABIT TIBI» (Lc 1, 35), a qual constitui a resposta do anjo à pergunta formulada pela jovem de Nazaré e acima indicada.

A pintura desenvolve-se em tons de castanho e de avermelhados, com fundos escuros onde sobressaem os ocres e os brancos a fim de destacar as personagens

CASIMIRO, Luís – Pintura in Clerigus. Irmandade dos Clérigos: 2019. P. 193-194

Anunciação do Senhor Torre dos Clérigos

Cadeiral da Capela-mor

A coleção de mobiliário, tal como o restante acervo da Igreja e Irmandade dos Clérigos, carateriza-se, na sua grande maioria, pela unidade da sua origem, refletindo, por essa razão, a história e o percurso da instituição portuense, bem como a sua ação espiritual, assistencial e administrativa.

Designação: Cadeiras do coro

Local de produção: Portugal, Porto

Autor: Damião Pereira de Azevedo (? - Porto, 1818) (risco); José Fernandes Neves (cadeiras do coro); Patrício José Pereira (douramento)

Cronologia: 1775-1779

Materiais e técnica: Madeiras de jacarandá (?) entalhado e de castanho (?) entalhado e dourado

Dimensões (cm):

Andar superior: alt. 344; comp. 558; prof. 47. Andar inferior: alt. 138; comp. 443; prof. 65 – lado do evangelho

Andar superior: alt. 342; comp. 559; prof. 49. Andar inferior: alt. 138; comp. 442; prof. 66 – lado da epístola

Descrição: O atual cadeiral, ou cadeiras do coro, foi executado mais tarde, ao longo da segunda metade da década de 1770. É composto por dois andares de 16 cadeiras (9 na fila de trás e 7 na da frente), que ocupam cada um dos lados da capela-mor num total de 32 assentos. O vasto e precioso arquivo da Irmandade permite-nos acompanhar as várias etapas da sua construção e o tempo de execução, o custo e o nome dos vários mestres e oficiais envolvidos na empreitada.

Assim, a execução da obra das cadeiras do coro foi ajustada em 1775 com o mestre ensamblador portuense José Fernandes Neves, o que indica que data desse ano o desenho do móvel, ou é, até, um pouco anterior. Em 1778 o cadeiral estava, pois, concluído, tendo sido pago aos oficiais do mestre José Fernandes Neves o transporte das cadeiras e das varandas para a igreja. As quatro «grades para as janelas da capela-mor» foram igualmente executadas pelo ensamblador, ou seja, as balaustradas dos vãos que ladeiam os órgãos (LOPES; QUEIRÓS, 2013: 227), cujo ornato e recorte central evocam, aliás, o elemento decorativo central do espaldar das cadeiras, conferindo ao espaço uma desejável uniformidade. Instalado o cadeiral na capela-mor da igreja, a 24 de abril desse ano a obra foi aprovada, juntamente com as da porta principal e dos órgãos, obras que a Mesa considerou, aliás, «de bom gosto». Em 1779 as cadeiras e as varandas da capela-mor foram douradas pelo pintor Patrício José Pereira e pelos seus oficiais, e no final do ano foram envernizadas, tarefa que coube, mais uma vez, ao mesmo pintor, que em janeiro de 1780 cobrava pela empreitada e pelo material usado.

Quanto à sua conceção, o móvel foi desenhado pelo mestre entalhador e arquiteto Damião Pereira de Azevedo, filho do célebre entalhador portuense Francisco Pereira Campanhã, que, nesta época, realizara já várias obras de talha para a Irmandade, algumas em parceria com o filho Damião.

Quando em 1968 o historiador de arte norte-americano dedicou uma vasta e inédita análise aos cadeirais portugueses, no âmbito dos seus estudos dedicados à arte portuguesa, em que a talha e o mobiliário tinham lugar de destaque, o cadeiral dos Clérigos mereceu a sua atenção, salientando-o como um dos melhores exemplares do rococó (SMITH, 1968: 66, 97, fig. 89 A). Desconhecendo então a data da execução do móvel, o historiador situou-o na série de cadeirais filiados no imponente cadeiral da Sé do Porto, designadamente pela sua estrutura e pela combinação do pau-preto com ornatos de talha dourados, mas distinguindo estes últimos pela sua leveza e delicadeza, caraterísticas da talha portuense do terceiro quartel do século XVIII, de que o entalhador e riscador Francisco Pereira Campanhã foi um dos grandes intérpretes.

De facto, observam-se nas cadeiras e nos espaldares delicados concheados e no remate coroas com palmas cruzadas, motivo que surge já no cadeiral da sé do Porto e nos cadeirais joaninos das catedrais de Viseu e da Guarda e do mosteiro do Lorvão, mas também evocativo das coroas com palmas e ramos do próprio retábulo de mármore da capela-mor. Nas cadeiras, destacam-se os mascarões das misericórdias dos assentos, de que saem delicados ramos de flores em substituição da tradicional folhagem, e os notáveis rostos esculpidos nos painéis que separam os assentos.

Celina Bastos – Mobiliário. In Clerigus. Porto: Irmandade dos Clérigos, 2019.

Virgem com o Menino

A importância e a valorização dada à arte que, ao longo dos séculos, foi demonstrada pela Irmandade dos Clérigos, ficam bem patentes com a simples constatação da qualidade e do elevado número de obras de arte que hoje fazem parte do valioso património artístico da Irmandade e que foram cuidadosamente reunidas e preservadas evidenciando o elevado grau de cultura, erudição e sensibilidade artística dos seus mais destacados responsáveis.

Designação: Virgem com o Menino

Local de produção: Itália

Autor: Desconhecido

Cronologia: Século XVII (?)

Matéria: Óleo sobre madeira

Dimensões (cm): alt. 58; larg. 45,5

Nº Inventário: ICP 209

Pintura italianizante e com laivos de inspiração em Leonardo da Vinci, esta representação da Virgem com o Menino remete para as Virgens da Ternura, da pintura bizantina, nas quais a Mãe e seu Filho trocam gestos de carinho. Neste caso, o Menino Jesus, completamente despido, amparado por sua Mãe, acaricia com a mão esquerda o queixo da Virgem, ao mesmo tempo que volta a cabeça e o olhar em direção ao observador. A Virgem Maria, por sua vez, ostentando túnica azul e manto vermelho, ampara o seu Filho e olha também para o observador. As proporções anatómicas apresentam-se corretas e o trabalho técnico do claro-escuro, que configura os volumes, está perfeitamente conseguido e segue o princípio do sfumato desenvolvido por Leonardo da Vinci. Tanto a Virgem Maria como o Menino Jesus olham para o observador parecendo convidá-lo a penetrar no mistério de acolher o Filho, como sugere a Senhora, ou de aceitar a Virgem como sua Mãe, como indica Jesus.

Foi oferecida pelo Padre João Tinoco Vieira, tesoureiro da Irmandade dos Clérigos em 1733 e presidente da mesma em 1735.

O quadro intitulado “Virgem com o Menino” poder ser  contemplada no altar de Nossa Senhora das Dores, na Igreja.

Casimiro, Luís - In Clerigus.

Irmandade dos Clérigos, 2019

 

* Luís Casimiro é doutorado em História da Arte pela Universidade do Porto e dedica-se à investigação em Iconografia, e é o autor do texto sobre a coleção de pintura no catálogo Clerigus.

 

Clérigos como caixa acústica

Este monumento barroco é, em si mesmo, um poderoso instrumento musical.

O espaço arquitetónico barroco contemplou na sua génese a experiência musical, na medida em que dadas as suas características, permite conter as melodias, e por outro, aumentar a sua projeção.

Tendo em conta o papel preponderante da música nas cerimónias religiosas, houve uma preocupação evidente na conceção de edifícios religiosos. Criaram-se edifícios como verdadeiros instrumentos musicais, tendo sido o trabalho teórico-prático dos arquitetos barrocos, lidado com preocupações como o comportamento acústico das edificações e a propagação e inteligibilidade da voz. O espaço torna-se inevitavelmente no elo direto de ligação entre duas artes: música e arquitetura. Os edifícios que aparentavam ser mais simples, convertem-se em verdadeiros instrumentos musicais. Um magnífico exemplo disto é a Igreja dos Clérigos.

A verdadeira alma deste instrumento reside na igreja, não só pelos dois órgãos de tubos de confeção ibérica, simetricamente posicionados, mas também pela sua geometria. Com a sua nave de planta oval, coroada com uma abóbada praticamente semielipsoidal, os Clérigos apresentam-se como uma extraordinária caixa acústica, constituindo o primeiro ensaio deste modelo de configuração geométrica em território nacional.

De acordo com alguns investigadores, uma planta com as características da Igreja dos Clérigos influencia o comportamento das ondas sonoras, em especial, à sua difusão.

Não se sabe se o arquiteto Nicolau Nasoni teria este conhecimento, mas não existem dúvidas quanto ao modo triunfal como a arquitetura foi capaz de se elevar a um formidável instrumento musical.

Xavier, João Pedro - Clérigos como caixa acústica. In Clerigus.

Irmandade dos Clérigos, 2019