328.º Aniversário do nascimento de Nicolau Nasoni

Hoje celebramos o trecentésimo vigésimo oitavo aniversário do nascimento de Nicolau Nasoni.

Madrugava o dia 2 de junho, seriam duas da manhã em San Giovanni Valdarno, na região toscana, quando nasceu o italiano Niccoló Nasoni, o primeiro de nove filhos, gerados pelo casal Giuseppe Francesco Nasoni e Margherita Rossi. Recebeu o sacramento do batismo no mesmo dia, e foi seu padrinho Mario Davanzati, um aristocrata italiano que tinha relações profissionais com Giuseppe Nasoni.

Apesar de não se conhecerem os estudos na infância e juventude de Nasoni, supõe-se que desde novo, manifestou habilidade para o desenho, o que terá motivado Vicenzo Ferrati, que viria a ser o seu primeiro mestre, a levá-lo para Siena, oferendo-lhe a oportunidade de evoluir a nível artístico e social. Mais tarde, trava conhecimento com Nicola Nasini, aquele que viria a ser o seu segundo mestre, e com ele aprende a pintura barroca.

De Siena, Nasoni parte para Bolonha e conhece Stefano Orlandi, um exímio pintor de perspetiva ilusionista. E de Bolonha segue para Malta. Aqui vai trabalhar em pintura ilusionista no Palácio de La Valetta, no tempo do grão-mestre Frei D. António Manuel de Vilhena. No ducado estava instalada a Ordem de Malta, sendo Vice-Chanceler desta Ordem, D. Roque de Távora Noronha Leme e Cernache, irmão do Deão da Sé do Porto D. Jerónimo de Távora Noronha Leme e Cernache, à época presidente da Irmandade dos Clérigos. Ora, D. Roque terá falado ao irmão do valor artístico de Nicolau Nasoni, que o terá convidado para vir trabalhar para o Porto, na renovação estética da Sé. Nasoni que estaria a viver momentos complicados em Malta, em risco de ser preso, aceitou vir para Portugal, decorria o ano de 1725.

O primeiro trabalho executado por Nasoni no Porto, e que ainda é possível conhecer, está nas paredes da capela-mor e na sacristia da Catedral.

O risco da planta dos Clérigos foi pedido a Nicolau Nasoni pelo Deão D. Jerónimo, tendo sido o projeto apresentado em Sessão de Mesa da Irmandade dos Clérigos, no dia 13 de dezembro de 1731. Neste mesmo dia os administradores da obra recebem a planta que de imediato a aprovaram, como diz o documento:

«Que a houveram por boa e dela fizeram aceitação, visto trazer a aprovação do Mestre das Obras de Sua Majestade que Deus Guarde, determinando que por ela se fizesse a dita igreja, com advertência de que o risco do frontispício principal da mesma igreja seria pelo da parte da Epístola, que se deixava ver na mesma planta»[1]

E assim iniciou a relação de Nicolau Nasoni com a Irmandade dos Clérigos. Foram 40 anos de dedicação mútua: Nicolau Nasoni recebeu o apoio e os cuidados da Irmandade até à sua morte, e a Irmandade contou com o profissionalismo do seu arquiteto durante construção do edifício dos Clérigos.

[1] PT/ICPRT IC/A/0019, Livro das Obras, (1731-05-31 a 1827-07-17) (Produção), fl. 11v).

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